quarta-feira, janeiro 03, 2007

uma trilogia lusa

os franceses anunciaram liberté, egalité, fraternité
os nazis clamaram volk, reich, fuhrer
os soviéticos chamaram por Marx, Engels e Lenine

o estado novo proclamou Deus, pátria, família
...e também futebol, fado e Fátima...

no cinema, temos trilogias famosas : Senhor dos anéis, regresso ao futuro, o padrinho, Indiana Jones, Guerra das Estrelas...
na literatura clássica não faltaram as trilogias como a Oresteia de Ésquilo ou o Édipo de Sófocles...

na religião cristã, naturalmente, da Santíssima Trindade, às três virtudes teologais Fé, Esperança e Caridade, ou aos três grandes inimigos da Igreja: Mundo, Carne e Diabo, o número três não cessa de se impôr pleno de simbolismo;

no ancien regime "os três estados" clero, nobreza e povo
no moderno estado de direito os três poderes, legislativo, executivo e judicial...

Perante isto, se cá estivessem no actual momento (novamente) os três grandes arautos do quinto império, Pe António Vieira, Fernando Pessoa e Agostinho da Silva, talvez vissem no próximo referendo ao aborto a providencial ocasião de colocar a pedra de fecho na abóbada humanista da catedral civilizacional lusitana:

1) não à escravatura - 1936 (ou 1875...)
2) não à pena de morte - 1867 (ou 1911...)
3) não ao aborto livre - 2006 (se nós, os portugueses, assim quisermos)

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