"nunca mates o mandarim", Eça de Queirós
Se para herdar uma grande fortuna, como o amanuense criado pelo queirosiano Eça, ou para não perder a pequena fortuna de algum conforto, decidirmos que passa a ser legal tocar a "sineta" para matar os nossos "pequenos mandarins", que espécie de Homens e Mulheres seremos nós os portugueses?
Depois talvez nos responda Hemingway "tocastes a sineta? Agora os sinos dobram por vós.»
«[...] Temos o caso típico d’O Mandarim. Eça põe uma hipótese. Suponhamos, pensa ele, que um amanuense de secretaria tem o poder de herdar uma fortuna fabulosa, apressando a morte de um mandarim com um simples toque de campainha. E tiremos as consequências de que esta hipótese é susceptível. Essas consequências são de duas ordens: em primeiro lugar, de ordem ideológica. Esse homem, assassino de outro homem, sofre ou não sofre o castigo pelo seu acto, segundo o sistema de ideias adoptado pelo autor? Sofre, porque o homem, dentro do tal sistema de ideias, é dotado de consciência moral, e essa consciência é seu acusador e juiz.»
António José Saraiva in http://www.gradiva.pt/capitulo.asp?L=15017
quinta-feira, janeiro 04, 2007
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