Em 11 de Fevereiro, foi-nos colocada a seguinte pergunta: «Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?». Cinquenta e seis por cento dos eleitores abstiveram-se – muitos dos quais achando que uma tal questão nem se devia colocar. O referendo não foi vinculativo. Apesar disso e dos apelos do Sr. Presidente da República a favor de uma legislação moderada, responsável e em linha com as melhores práticas europeias, este governo tem-se empenhado em fazer aprovar e aplicar uma legislação exorbitando amplamente o alcance da questão referendada, visando facilitar ao máximo a prática do aborto num país de enraizados valores católicos e a braços com uma grave crise de natalidade.
Ainda não satisfeito com os 2500 abortos já executados pelo Estado com o dinheiro dos nossos impostos, e cujo sangue cairá sobre “nós e sobre nossos filhos” (Mateus XXVII, 25), o governo desencadeia agora duas novas ofensivas:
Tenta impor um código deontológico à Ordem dos Médicos, de onde desapareça a sagrada obrigação de salvar SEMPRE – facilitando assim o aborto e abrindo as portas à eutanásia, cuja doutrinação já começou entretanto na comunicação social
Cria um novo programa de “aborto de proximidade” permitindo a realização de aborto químico nos (vãos de escada dos) Centros de Saúde, segundo uma modalidade completamente encapotada durante a campanha do referendo.
Perante tudo isto, aos cristãos põe-se a alternativa entre aceitar colaborar (pelo silêncio e pelos impostos entregues) com esta ofensiva contra a Vida que acreditam ser “dom de Deus”, ou invocar a ajuda do Alto para se opôr a mais esta invasão bárbara.
Um grupo de cristãos desta paróquia está determinado a resistir à violência com a força mansa da sua Fé, da Fé do povo português, do povo de Paredes. Por isso apelamos a todos os corações de boa-vontade para que se nos juntem numa jornada de oração – num “cerco de Jericó” como já tem sido feito em quase cinquenta paróquias portuguesas, conforme se lê em http://www.cercojerico.blogspot.com/). O objectivo é associarmo-nos para a defesa dos objectivos seguintes
Preservar o Centro de Saúde de Paredes como um centro de Vida e não o deixar transformar-se num antro de morte, num matadouro humano;
Apoiar a “ordem dos médicos” na sua causa de defesa do estatuto deontológico ao serviço da Vida;
A estes juntam-se os objectivos gerais do “cerco”:
pela defesa da vida desde a concepção até ao final natural da vida
apoiar a iniciativa de um grupo de 33 deputados que requereu ao Tribunal Constitucional a verificação da constitucionalidade da lei no dia 5-7-2007;
para que cada mulher grávida tenha a coragem de dizer não ao aborto e receba o apoio de que necessita;
por todos os matrimónios e união e paz nas famílias;
pelos sacerdotes e vocações de especial consagração;
pelas crianças vítimas de abusos sexuais, abandonadas e maltratadas;
por uma correcta educação sexual dos adolescentes e jovens;
pelos jovens e para que encontrem a vocação a que Deus os chama;
pelos dirigentes políticos, para que governem com justiça;
para que o AMOR DE DEUS preencha todos os vazios e incertezas que assolam os Portugueses.
As primeiras acções que, com a ajuda de Deus, levaremos a cabo, incluem:
Uma corrente de oração ininterrupta durante sete dias e sete noites, para a qual se convidarão explicitamente as confrarias das almas e do santíssimo;
Um pedido aos senhores párocos, no sentido de incluírem uma menção explícita aos nascituros abortados na “oração dos fiéis”, sem prejuízo de se mandarem celebrar missas por essa intenção;
Um apelo à apresentação de participações no Livro de Reclamações do Centro de Saúde de Paredes, invocando perda de confiança na idoneidade ética de Paulo Sarmento, coordenador da área de saúde materna na Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte;
Distribuição de informação aos fiéis (especialmente nas celebrações dos dias de “todos os santos e de “fiéis defuntos”) e um pedido especial aos fiéis para que tenham presentes nas suas orações os nascituros abortados às mãos da “civilização da morte”, contra a qual tantas vezes alertou João Paulo II.
Informação dos utentes dos Centros de Saúde sobre o projecto de “aborto químico” a realizar nessas instalações pelo mesmos profissionais responsáveis pelo atendimento normal, (num estranho paralelo com a política de co-incineração...) e sobre os termos de possíveis reclamações a apresentar: Pelo direito a ser atendido por médicos/enfermeiros comprometido com a Vida e com os respectivos códigos deontológicos; Pelo direito a que instalações construídas com os nossos impostos para defender a Vida e a Saúde, não se transformem agora num “campo de extermínio humano”
Discussão de outras vias cívicas e democráticas de defesa da Vida e da Doutrina Social da Igreja;
A todo o momento confiar na acção subtil e poderosa do Espírito Santo para dar cumprimento ao pedido de Nossa Senhora de Fátima na aparição de 13 de Outubro de 1917 «Não ofendam mais a Nosso Senhor que já está muito ofendido»;